Como a maioria dos perfis grandes não sabem quem são seus haters.
Onde a fogosa vontade de ser alguém no mundo real através da internet pode criar um cenário onde figuras se acham deuses.
Eu mesmo fui bloqueado por dois perfis grandes no Instagram, dentro de 2 anos. Um com 250k de seguidores e o outro com 600k. Eu os conhecia, por serem da mesma cidade, mas eu não estava fazendo o que eles queriam. Imagine lembrarem dos blocks quando eu for “alguém importante”.
Por ter frequentado diversos eventos presenciais, e encontrado outros tipos de influenciadores, notei que o que mais gostei de ouvir foi: “você aqui é igualzinho o que é na internet”. Apesar de a maioria dos perfis grandes serem apenas personagens, ouvir isso de alguma forma me diz que estou no caminho certo, mesmo sendo pequeno.
No entanto, esse mesmo ambiente que proporciona fama e reconhecimento também é um terreno fértil para o surgimento dos haters — indivíduos ou grupos que, sob o manto do anonimato, destilam ódio e críticas destrutivas.
O “desanonimato”, ou não ser anônimo na internet, transforma muitas pessoas comuns em figuras públicas, sujeitando-os às críticas destrutivas de haters. Mas alguns fazem este processo sem um pingo de preparo: seja por inteligência emocional ou entendimento do comportamento humano.
No X, eu não mostro meu rosto e uso um apelido. Em números, obtive resultados de engajamento melhores no X do que sendo eu mesmo no Instagram. E vou contar tudo aqui.
Fazendo um teste comportamental
Eu tive o prazer de testar dois perfis diferentes em redes diferentes, até porque cada rede tem seu algoritmo. No Instagram, como perfil público, me mantive eu. E no X, também com o perfil público, me mantive sob um apelido. O teste foi claro: no X obtive melhores resultados de engajamento, seja comentários com mais de duas mil curtidas até grandes perfis me seguindo de volta, enquanto no Instagram, as métricas continuaram igual.
A verdade é que, hoje, pela polarização e pela acidez dos diálogos, estar ou não anônimo me parece mais uma prioridade de branding e marketing do que de segurança pessoal. A curiosidade e o grande segredo sobre quem está por trás… tudo isso prende a atenção de pessoas numa rede.
Se um perfil pequeno é perdido, imagine o grande
Perfis grandes, por sua própria natureza, parecem ser mais fruto de uma mera explosão aleatória do que do poder da constância. O que me leva a crer que, muitas vezes eles não compreendem plenamente por que certos conteúdos se tornam virais enquanto outros não, nem como manter um engajamento constante sem atrair críticas. Esse desconhecimento sobre o comportamento humano nas redes sociais os torna vulneráveis a ataques e à manipulação.
A pressão para manter a popularidade e a relevância pode levar a decisões precipitadas ou a comportamentos que aumentam ainda mais a animosidade. A falta de compreensão sobre as dinâmicas sociais e psicológicas que impulsionam as redes sociais pode transformar esses influenciadores em bodes expiatórios, alvos de uma crítica implacável e muitas vezes injusta.
A cada dez, onze está na maldade?
Hoje já posso dizer que sou um adulto, depois de morar sozinho. Mas não vou dizer que minhas redes sociais são “iguais a minha casa”. Tem quem acredita nisso, o que, pra mim, tornaria o meu ambiente uma peça de teatro onde todos devem fazer o que eu quero.
Mas a vida real não é bem assim. Mimados não duram muito no mundo real.
Por ser bastante lógico, já me ferrei bastante em ambientes que necessitaram de uma flexibilidade, e aprendi com isso. Hoje eu acredito que nem tudo se resume a lógica, e isso é a mais pura verdade.
Se você é uma pessoa que não tem muito contato com diversas etnias e classes sociais, com profundidade, dificilmente terá a capacidade de analisar a dinâmica de quem é hater e quem não é. Sinto muito, mas se você não sabe fazer isso na vida real, imagine na rede social. Nisso, sou muito grato por ter vivido em São Paulo e ter realizado viagens para eventos presenciais.
Com pouca conversa, já é possível identificar se alguém está mal intencionado. Agora, se alguém não faz algo que você quer, como te apoiar, por exemplo, não significa que ela é um hater.
O mundo não te deve nada. E acredite, as redes sociais são reflexos do mundo real. Nada dali é novo. Basta estudar os fundamentos humanos para caminhar em paz.