Monopólio Algorítmico no Marketing Digital: Impacto na Equidade Empresarial

Como o monopólio algorítmico no marketing digital afeta a equidade empresarial, restringindo a competição e dificultando o acesso igualitário a oportunidades de publicidade online.

Publicado em 20/10/2023 — Douglas Macedo, Eduardo Alves, Julio Angelo, Milla Beatriz, Thiago Calixto e Victor Fernandes.

Na atual era digital, os algoritmos emergem como as máquinas que moldam e direcionam a ação do marketing online, se apoiando em uma série de fatores. Estes se configuram como conjuntos de instruções que orientam as plataformas digitais na entrega de conteúdo e anúncios aos usuários, impulsionando o engajamento e as conversões. Em geral, o marketing digital se trata de uma ferramenta dispersada abundantemente para o êxito do compartilhamento de ações, organizações e produtos. No entanto, enquanto o marketing digital se beneficia da precisão e eficiência proporcionadas pelos algoritmos, sua utilização enfatiza questões sobre a exposição seletiva de determinados empreendimentos e a ocultação de negócios menos convencionais ou iniciantes.

Os algoritmos se destacam como ferramentas essenciais para a personalização de conteúdo e a segmentação de público no marketing digital. Ao se basear em dados comportamentais e de pesquisa de cada usuário individual, esses sistemas têm a capacidade de oferecer uma experiência digital altamente personalizada e versátil, aumentando o envolvimento do cliente. Entretanto, esta personalização excessiva pode criar bolhas de informações e monopólios, reforçando visões unilaterais, homogêneas e limitando a exposição a perspectivas divergentes, ainda que a internet seja reconhecida pela disseminação de todas as formas de raciocínio.

Foto de Alexander Shatov na Unsplash

O cenário se agrava com a proliferação de publicidade direcionada e paga, impulsionada por algoritmos rebuscados que visam capturar a atenção do público-alvo, sendo esta de procedência duvidosa ou não. Embora essa abordagem possa ser altamente lucrativa para algumas organizações, ela muitas vezes resulta na sub-representação de negócios menos convencionais ou menos proeminentes, que não têm os recursos para competir em um mercado saturado.

Ademais, a otimização de buscas e os algoritmos de ranqueamento exercem um papel essencial na visibilidade de empresas que exercem atividades online. No entanto, a predominância de determinados tipos de conteúdo e empresas bem estabelecidas muitas vezes obscurece as oportunidades para negócios emergentes ou nichos menos populares. Esta realidade gera um círculo vicioso, onde a visibilidade limitada perpetua a invisibilidade, impedindo a ascensão de empreendimentos promissores que não se encaixam nos padrões convencionais ou não obtém recursos privilegiados para prosperarem.

Essa dinâmica excludente, característica do capitalismo, cria uma hierarquia de visibilidade e oportunidades, onde os recursos e o acesso desigual ao mercado amplificam as disparidades existentes. O marketing digital, impulsionado por algoritmos que privilegiam certos empreendimentos, contribui para a perpetuação dessa desigualdade, tornando mais desafiador para os negócios menos conhecidos emergirem e prosperarem. Por meio disso, há a perpetuação de um ciclo que favorece os já privilegiados, enquanto marginaliza ainda mais os menos favorecidos.

Imagem gerada por IA: DALL-E 3

Portanto, enquanto os algoritmos desempenham um papel essencial no marketing digital contemporâneo e garantem o sucesso de diversas iniciativas, é crucial questionar a supervalorização de determinados empreendedores em detrimento da diversidade e inclusão de ideias e produtos inovadores. É imperativo que as plataformas online e os profissionais de marketing considerem medidas para garantir uma exposição equitativa e representativa, promovendo assim um ecossistema empresarial dinâmico e inclusivo.

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